Nós somos a campanha Rio Sem Óleo, um movimento que une comunidades de fé, pescadores e pescadoras artesanais, educadores, pesquisadores, ativistas socioambientais e povos tradicionais que vivem em torno da Baía de Guanabara e de seus rios. Inspirados pela sacralidade da água, dos manguezais e dos territórios que sustentam a vida, afirmamos que cuidar da natureza é um ato de fé, de justiça climática e de compromisso coletivo.
Reunimos coletivos e organizações comprometidos com uma mesma causa: deter a lógica destrutiva da indústria do petróleo, que ameaça direitos humanos e ambientais, polui nossas águas e fragiliza as comunidades que dependem da pesca, da agricultura e das tradições espirituais ligadas ao território.
Acreditamos na força das alianças entre fé, ciência e ação social para construir resistência, esperança e transformação.
Durante este ano de 2025, fortalecemos espaços de formação, diálogo e mobilização. Realizamos oficinas, encontros e ações públicas para ampliar o debate sobre os impactos do petróleo na Baía de Guanabara, principalmente na cidade de Magé. Lutamos pelo reconhecimento dos territórios tradicionais e dos direitos das populações que vivem da pesca e da fé.
Denunciamos o enfraquecimento das leis ambientais e a retirada de direitos históricos dos trabalhadores e trabalhadoras do mar, e seguimos propondo caminhos de transição justa, com participação popular e justiça climática.
Vivemos um momento decisivo. Ou colocamos a vida no centro, ou seguiremos alimentando um modelo que destrói o ambiente e as pessoas. É hora de romper com a dependência do petróleo e abrir espaço para um futuro de energias limpas, justas e sustentáveis. Onde há fé, há força. Onde há união, há mudança. Defendemos que as comunidades tradicionais, as águas e os territórios sagrados sejam protagonistas das decisões que moldam o nosso futuro.
Da Baía de Guanabara ao mundo: por um futuro sem petróleo e com justiça para as águas e os povos.
O Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis é uma proposta internacional para frear a expansão do petróleo, do gás e do carvão, principais responsáveis pela crise climática, e garantir uma transição justa para energias limpas. Nossa luta se conecta a esse movimento global porque vivemos aqui, na Baía de Guanabara, as consequências diretas dessa indústria: contaminação das águas, perda da biodiversidade, injustiça social e ameaças aos modos de vida tradicionais.
Enquanto o tratado propõe que o mundo pare de explorar novas reservas e cuide das populações afetadas, o Rio Sem Óleo mostra, na prática, o que isso significa: defender o território, proteger as águas e garantir dignidade para quem vive delas.
Queremos um Rio de Janeiro que viva da água e não do petróleo. Por isso, exigimos:
- Fim da expansão da exploração de petróleo e gás na costa fluminense e das operações logísticas dessa cadeia na Baía de Guanabara;
- Investimentos em energias renováveis e justas, com geração de trabalho digno nas comunidades mais afetadas;
- Recuperação dos manguezais, rios e ecossistemas costeiros, com protagonismo das populações locais;
- Proteção dos territórios tradicionais e dos espaços de fé e cultura;
- Distribuição justa dos recursos do petróleo, priorizando adaptação climática, educação e soberania alimentar;
- E adesão do Brasil ao Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, como compromisso real com a vida e as futuras gerações.
Com fé, coragem e ação coletiva, vamos defender o direito de viver num território limpo, justo e cheio de vida.




