CAMPANHA RIO SEM ÓLEO

Por justiça climática e proteção das águas da Baía de Guanabara

A campanha Rio Sem Óleo nasce da conexão entre espiritualidade, justiça climática e mobilização popular, com o objetivo de proteger as águas da Baía de Guanabara e os rios que a alimentam. Inspirada por tradições religiosas e comunidades tradicionais que reconhecem a sacralidade da natureza, a iniciativa une lideranças de comunidades de fé, pescadores artesanais, pesquisadores, educadores e ativistas socioambientais em torno de uma causa comum: combater os impactos da indústria petrolífera nos territórios tradicionais, defender o direito coletivo à vida e à água limpa e redistribuir os recursos advindos dos lucros do petróleo para adaptação climática para as comunidades mais vulneráveis.

Caminhada Inter-religiosa por Justiça Climática no Rio Suruí. Foto por: Lyvia Leite

A campanha tem como eixo central o fortalecimento da consciência popular sobre os danos sistemáticos provocados pela cadeia do petróleo, como vazamentos, contaminação das águas e violação de direitos de comunidades que vivem da pesca, da agricultura e da espiritualidade ligada aos rios e manguezais. Nesse sentido, o ato de preservar as águas se torna também um ato de fé, de resistência e de compromisso com as futuras gerações, ainda mais no contexto da crise climática, onde comunidades já em situação de vulnerabilização socioambiental sofrem de forma desproporcional com os eventos climáticos extremos.

Com atuação focada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, especialmente no entorno da Baía de Guanabara, a campanha aposta na união entre produção de dados acessíveis, educação popular e pressão pública. Dentre as ações previstas estão a elaboração de uma ação de incidência política a nível federal contra a atuação das petroleiras, encontros de formação sobre os impactos do petróleo e segurança no ativismo, além de uma grande mobilização pública para chamar atenção sobre a má distribuição da renda do petróleo e a falta de transparência desses recursos na gestão ambiental pública.

Durante as reuniões da campanha, realizada no primeiro semestre de 2025, os participantes reafirmaram a importância de pautar o reconhecimento dos territórios tradicionais, a demarcação de áreas no recôncavo da Baía de Guanabara, a revisão da distribuição dos royalties do petróleo e a necessidade urgente de planos de adaptação climática construídos de forma participativa. Além disso, denunciaram o enfraquecimento de leis ambientais e a retirada de direitos de pescadores artesanais, como a Portaria nº 479, que eliminou o Registro Geral da Pesca de milhares de trabalhadores. 

Primeiro Encontro de Planejamento da Campanha Rio Sem Óleo. Foto por: Luíza Regina

A campanha também se articula com lideranças religiosas que têm enfrentado desafios como o racismo religioso e a falta de apoio para iniciativas sustentáveis dentro de seus espaços sagrados. A espiritualidade, nesse contexto, não é apenas inspiração é, também, uma ação política que visa unir vozes coletivas em um gesto de cuidado com os ecossistemas locais.

Todas as pessoas e entidades que compõem a campanha Rio Sem Óleo convidam interessados em tais temas a se engajarem: compartilhando os conteúdos produzidos, participando de encontros e oficinas, recebendo formações em suas escolas, terreiros e igrejas, e pressionando autoridades com base nas informações levantadas.

Construída de forma coletiva e comprometida com uma transição energética justa, a campanha reúne vozes diversas em torno de uma mensagem clara: é hora de colocar a vida no centro e romper com a lógica destrutiva do petróleo. Porque onde tem fé, tem luta.  E onde tem luta, tem transformação.

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Junte-se a nós nesta causa urgente!

Organizações – Campanha Rio sem Óleo
GreenFaith Brasil, Instituto Mirindiba de Ação Climática Popular, ACAMM, ICMU, Coalizão pelo Clima, AHOMAR, AMUPESCAR, ONG Água Doce, Terreiro Sustentável, LIPESCARJ e SINDIPESCA-RJ.